sábado, 14 de abril de 2012

Autoretrato - escultura / performance


   Criei meu rosto em escala natural com parafina e o coloquei em cima de um recipiente outro rosto semelhante, feito em resina transparente e aberto na parte superior da cabeça, lugar da sede da consciência. 

   Por dentro, ambas as peças são percorridas por um pavio que, uma vez aceso, não se apagou mais, até consumir todo o rosto em parafina.

 






 O que sobrou foi uma coisa disforme depositado no rosto transparente.

   Apoiada no principio universal feminino e através do fogo, transmuto minha matéria. Sou meu próprio candelabro; meu próprio sacrifício; um ser prestes a me incendiar e a me transformar.

   Quando o rosto começa a se dissolver pelo fogo que transforma, ponho em prática o processo da alquimia interna, lidando com a morte do mecânico, transformando e sutilizando a grosseira matéria, decantando assim o ouro interno da consciência; uma metáfora da  passagem da vida.

2 comentários:

  1. No dejaremos de explorar
    Y al final de toda nuestra investigación
    Habremos llegado a donde comenzamos
    Y conoceremos el lugar por vez primera...
    Cuando las lenguas de fuego se plieguen
    Para formar un nudo de fuego
    Y el fuego y la rosa sean sólo uno.

    T. S. Elliot, Four Quartets

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  2. -Un hombre pinta con su cerebro y no con sus manos. Miguel Ángel.

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