A série atual
de Pinturas surge de minhas diárias experiências morando e trabalhando na
Galeria Menescal em Copacabana.
Medidas: 1,30m x 1,30m Técnica mista
A galeria é
como uma rua de vitrines onde as transparências e as iluminações tendenciosas
se alternam com a opacidade dos velhos relevos de deuses mitológicos, imagens
que se encontram acima quase no teto, curiosamente, vigiando como no “céu” o
andar dos cidadãos, e neste habitat puramente cidadão existe um personagem
principal :
O maniquim.
Olhando para
eles foi percebendo como somos provocados por imagens e como construímos
relações com essas imagens muitas vezes sem nos dar conta.
Mais além da
rotina desses objetos-corpo que nos participa para o consumo, podemos perceber
algo mais atrás desses seriados que enchem o espetáculo das vitrines.
São as
imagens inanimadas plástica, padronizada, fria e estática dos manequins que ao
se tornar este signo de representação do humano, denuncia um simulacro, e
aponta para uma problematização estética e política de questões sob corpo.
Discursos e saberes sobre o corpo que hoje são
(re) apropriados pela cultura têm suas origens em grandes embates, tanto
na história da filosofia, como na história da arte, e até da ciência médica
buscando esta cada vez mais num pensamento reducionista as menores estruturas
biológicas com um fim de controle . É a razão se impondo sobre nossos corpos.
E os
maniquins que são? Serão um símbolo de poder querendo controlar nossa
existência? Um modelo que representa uma população que se guia por movimentos
previsíveis, aparências de plástico, roupas de marca ostentando
artificialidade?
E no marco de um
mundo que nos seduz nos detemos diante de uma vitrine e olhamos para os maniquins como dominamo-os, e não será
ao contrário eles que nos observam?
São estas
questões que me move a pintar este mundo MANIS-CAL símbolo atuante em qualquer
cidade contemporaneadade.
IMPACTANTE OBRA!!
ResponderExcluirPartiendo de materiales culturalmente considerados frívolos, has logrado profundizar en el mundo de la reflexión.
Las creaciones nos llevan al filo de una cornisa donde de un lado tengo lo conocido y del otro... el misterio: estoy dentro o fuera de la vidriera? descubres con las transparencias y los velos nos invitan a destapar un mundo, ese mundo que apareciendo quieto cambia cada vez que posamos la mirada y nos enredamos en la decisión que nos desafía: me quedo o me voy, te llevo o te dejo, rechazo o te busco... y un juego de cálculos, imágenes y medidas, juegan en la cabeza y en el deseo...
¿Estamos dentro de esos maniquies o ellos se nos meten dentro y se vuelven nuestro cuerpo? no lo sé... en la obra el que mira parece reflejado en lo mirado y esto último sale y nos cubre, nos viste, nos incita, seduce, invita...
Todo suena incompleto, fragmentado, inconcluso, y esa es otra gran puerta al misterio: nadie más que el que mira una vidriera la puede completar, y a una obra de arte sólo la concluye la mirada del observador.
La elección del tema y la realización,es una novedosa metáfora del arte.