terça-feira, 3 de abril de 2012

Quadros bordados - desenho


Bordado: para redescobrir um pedaço do mundo

Uso o fio na agulha como um modo de fixar ou de colar algo da realidade interna que se enfrenta com a realidade do mundo. O bordado que se dá na tela, colada pedaço a pedaço, como fragmentos de vida nos espaços das gazes de precária matéria, refletida  no espelho da própria existência.

 
Sem preocupações  estéticas ou de enfeites, o que interessa é só a imagem, os signos e a linguagem. Também não me preocupa perceber esse mundo subjetivamente, apenas o reescrevo frente a exagerada objetividade desse mundo. Tesouras separam; agulhas e fio juntam; e isso está presente tanto na forma como no conteúdo da obra.


Poderia ter feito os desenhos com outros materiais. Mas, como mulher, precisava encarnar a linha, como se o meu próprio pedaço do mundo estivera encarnado. Então, faria sentido falar de um bordado feminino, lendo marcas das mulheres que formaram minha cadeia ancestral com suas histórias e cicatrizes e que começaram a surgir, mesmo que tardiamente. Mas não é essa coincidência que prevaleceu na escolha desta técnica e sim, a junção de duas razões: o impedimento físico de usar outra ferramenta, por conta de um acidente físico e a curiosidade insaciável de invadir as fronteiras do que se entende por arte. Neste sentido, reflito sobre a transparência obtida com a gaze, como esvaziamento da pintura. 









3 comentários:

  1. No los conocía! son muy sutiles, transmiten mucha fragilidad... supongo que como era la vida en ese tiempo.
    Vale más que nunca aqui la expresión: la vida pende de un hilo!

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  2. muy bellos y originales. Interesante cómo van tomando forma gráfica a medida que vas comenzando el siguiente.

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  3. -Soy más amigo del arte que un productor de la pintura. -Paul Cezanne.

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