A obra
Pequenas esculturas brancas são projetadas na parede de uma grande sala, criando a ilusão de um grande quadro de 3 metros de altura. Por efeito da projeção, as pequenas formas tomam grandes dimensões. O público pode jogar com a luz e mover as esculturas, criando uma dança de sombras.
A ideia
Pequenas esculturas brancas são projetadas na parede de uma grande sala, criando a ilusão de um grande quadro de 3 metros de altura. Por efeito da projeção, as pequenas formas tomam grandes dimensões. O público pode jogar com a luz e mover as esculturas, criando uma dança de sombras.
A ilusão de escala
provocada pela projeção é observada no jogo de luz que alterna os movimentos,
criando um limiar confuso entre realidade e fantasia, tornando importante o que
é pequeno e vice versa.
Esta obra propõe dar a perceber que as coisas mudam e que
processos ocultos subitamente mostram outra face, fazendo-nos refletir sobre a
ilusória capacidade de cultivar expectativas que repentinamente nos mostram sua
inexistência. Então, podemos nos perguntar com
propriedade o que é real e o que não é. A obra (2009) propõe uma reflexão sobre
este enigma.
O projeto
Consiste numa obra tridimensional, iniciada pela projeção de imagens dos objetos por meio da luz e da sombra. A projeção será por trás de um telão colocado na
metade de um ambiente de aproximados 80 metros quadrados. O espaço dividido em duas partes, na frente e atrás do telão, dá
a possibilidade ao publico de interagir com a obra.
Nesta primeira parte da obra, o comportamento do espectador é passivo. Como conseqüência das imagens observadas, ele se remete a seu imaginário. Mesmo que o encontro com as imagens sejam através de sombras, seus reflexos cromáticos emanados da projeção, trazem uma experiência significativa. Ainda assim, o que ele vê não é real, já que o real permanece oculto.
O
espectador passará para a segunda parte da sala, conduzido por uma pessoa que ficará
antes do telão, e terá a
possibilidade de observar a real dimensão dos objetos. Ele pode se apoderar do
real e ainda o pode movimentar-se numa dimensão não real, recuperando o seu
imaginário e seu próprio senso de unidade.
Passada
a surpresa inicial, poderá manipular as luzes, interagindo com as distâncias e
provocando as diversas localizações dos objetos no espaço da tela. Seu
comportamento, agora ativo, provocará
outra leitura nos movimentos
iniciais da projeção; e esta possibilidade só se detém quando é esgotado o tempo da exposição da
projeção.
Nesta fase, a obra detém um sujeito universal e o artista perde o
controle da imagem. A experiência modifica o espectador, já que ele, ao entrar na
sala, tem uma primeira percepção que fica diferenciada após entrar na segunda
parte da sala, perdendo algo do imaginário inicial e ganhando depois em
realismo e poder
A
experiência, portanto, vai dirigida a quem observa as imagens
projetadas e se complementa ao passar ao lugar da representação, se deslocando
no meio das peças, manipulando a luz e o movimento delas, interferindo,
relacionando-se e introduzindo ele mesmo entre os objetos, carregando-os de
sentido.
Ainda
pode-se observar outro aspecto, onde o foco de atenção criado pelo objeto
manipulado através das luzes abre a possibilidade de o espectador ficar
dominado pelo poder que emana da situação e ficar com a sensação do
domínio do objeto.
Diversas visões da projeção
Objetivo
Proponho
atravessar a materialidade dos objetos
atingindo as siluetas frágeis que dançam na zona da emoção, da sensação para se
deparar finalmente com as experiências adquiridas por cada um.
Dar a perceber que realidade e a ilusão num ir e devir nos mostra aspectos de nosso
próprio mistério no frágil limite da matéria corpórea com a fugacidade da
sombra, e que vivemos ainda presos como no mito da caverna, mesmo que a prisão
seja sutil e crie a ilusão de liberdade.
Dar
a perceber que as coisas mudam e que os processos ocultos subitamente mostram a
outra cara da realidade.
Evidenciar
sobre a ilusória capacidade de cultivar expectativas que repentinamente nos
mostram sua inexistência.
Mostrar
que a circularidade da dinâmica entre a bi dimensão e tri dimensão retornando á
tri dimensionalidade são metáforas análogas as nossos níveis de compreensão das
diferentes camadas da consciência humana.
-¿Por qué tratas de entender el arte? ¿Tratas de entender el canto de un pájaro? -Pablo Picasso.
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